Zen Stress, em busca da liberdade

Postado por leandro Categoria: Blog

É um trocadilho bem brasileiro. “Zen stress”. Com ele podemos iniciar o assunto na maior naturalidade, afinal, ninguém quer se estressar falando coisas muito filosóficas e distantes do cotidiano. Nem se estressar, nem se entediar. Muito menos ficar ansioso ou deprimido diante de tantos dilemas que podemos encontrar nos minutos que ocasionalmente prestamos para pensar a vida.

Pois é justamente assim que nasceu o Zen. Situando na história, ele foi um movimento que se contra posicionou de toda filosofia desnecessária a respeito dos velhos ensinamentos tradicionais budistas. (zen budismo)

Mas vamos manter o nosso foco na Educação.

 

Um pouquinho de História

Segundo Thomas Cleary, tradutor Ph.D. em línguas asiáticas, durante a Dinastia Tang  (China 618-907d.C.) alguns dos homens e mulheres mais importantes do mundo estudavam o Zen. Assim como milhares de pessoas humildes de todas as partes da China. O Governo teve que fundar escolas Zen para acolher toda essa demanda.

“O zen introduziu uma revolução na prática social que manteve sua energia no decorrer dos séculos de oposição e corrupção, e proporcionou um dos únicos fóruns históricos para a compreensão social imparcial bem como para a compreensão espiritual. O Zen influenciou a pintura e a poesia, uma das mais importantes artes chinesas, usadas para educação emocional, e portanto, de grande importância social”.

– Thomas Cleary em “Lições Zen” – 1989 (Ed Madras)

 

O estudo do Zen, seja lá o que for

Este pequeno trecho agora nos chama muito a atenção. Papo moderno, não é?  Quem poderia supor que essa palavrinha tão pequena sustentaria tamanho gabarito na história da consciência humana?!

Eu a trouxe para o meu próprio nome artístico justamente para, quem sabe, despertar a curiosidade de tantos jovens que estão por aí tentando encontrar um sentido, um significado, para suas vidas. E cá para nós, este estado de espírito “perdido afu”, como se diz em Porto Alegre, não é tão somente juvenil.

Eu era jovem quando escrevi a maioria das canções que hoje estão fragmentadas neste pequeno livro didático. Na época eu me sentia só. Jamais tive uma conversa com psicólogos sobre minha tendência a me isolar. Até que um dia aprendi que era meditação que me acometia. Saudável e necessária meditação. É realmente muito útil falar sobre isso, pois essa magnética busca por felicidade vibra muito mais fundo que julga nossa vã filosofia ocidental.

 

O que buscamos?

Amores, dinheiro, orgulho. Tudo pode ser medido por desejo de expansão. E a juventude é o ápice da energia. Quantos caminhos errantes a disposição, infelizmente, para que os jovens jamais encontrem o que procuram:  Paz, justiça, realização… (Chamam dessas coisas)

Quando se chega nesta idade o mundo nos instiga a tal da crítica social. A sociedade nos cerca testando nossa percepção e exigindo um posicionamento. E isso tudo pode ser muito estressante até o resto de nossas vidas. Será mesmo possível ser zen stress?

É a autocrítica, de fato, que é uma das características mais marcantes da prática meditativa. Aplicando meditação a experiências sociais, políticas, psicológicas e contemplativas ao longo de centenas de anos, os povos praticantes nos deixaram um legado importante para ser revisitado com toda calma. E perdoe-me, mas é um clichê: “Não procure fora o que está dentro”.

Buscam-se muitos selos, slogans, adesivos, identidades, causas. Colocam-se pessoas contra pessoas num desejo ignorante de bravura e confirmação. Os professores de cultura zen dizem que essa é a maneira errada de usar a mente. Na verdade, nesse caso, é a mente que está nos usando caindo uma jaula totalmente inconsciente.  E meditação acontece revertendo essa situação.

 

“Nisso não há professor, não há aluno, não há líder, não há guru, não há mestre, não há salvador. Você mesmo é o professor, o aluno, você é o mestre, você é o guru, você é o líder, você é tudo. O autoconhecimento é o começo da sabedoria, em cuja tranquilidade e silêncio encontra o imensurável”

Jiddu Krishnamurti –  filósofo, escritor, orador e educador indiano

 

O conteúdo do livro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alguns tópicos interessantes:

– O personagem do livro parece o Raul Seixas. Não é coincidência. Eu já pude notar que alguns professores também identificaram muita cultura zen em suas canções.

– Ao mesmo tempo em que as poesias trazem bem-estar, as reflexões que se seguem podem causar sensações estranhas e desconfortáveis. Se isso acontecer, sorria por dentro.

– A sabedoria se desenvolve num ambiente social. Não nas montanhas do Himalaia. A prática de autoconhecimento deve ser popularizada. A quem ela pode causar problemas?

– Não há nenhuma outra liberdade real que não seja da nossa própria teia de pensamentos. Tenho convicção de que não há outra forma de lidar com os maiores problemas do pensamento e do comportamento humano que não seja através da meditação e do autoconhecimento.

 

Leandro Zen> escritor, compositor, produtor cultural

 

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